segunda-feira, 24 de maio de 2010

3. ÉTICA E MORAL

ACESSE O SITE INDICADO: http://criticanarede.com/html/fil_eticaemoral.html

LEIA OS SEGUINTES TEXTOS:
1. "Ética e Moral: Uma distinção indistinta", de Desidério Murcho;
2. "Ética e Moral", de Thomas Mautner;

EXAMINE O MATERIAL DISPONÍVEL EM:
http://www.youtube.com/watch?v=EzQ_NBV5Z4g

20 comentários:

  1. Caros alunos,
    Após ler os textos, elabore um breve comentário, com até 15 linhas e envie para postagem.

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  2. Murcho diz que o estudo da ética pode ser dividido em três partes distintas:
    Ética aplicada, ou, os problemas éticos na prática;
    Ética normativa, ou, tentativas de criação de sistemas éticos, fundamentação filosófica da ética (axiomatização);
    Metaética, ou, qual a natureza da ética? Ela é objetiva? Subjetiva? Cultural ou histórica? Ou outra coisa?;
    Os que defendem a separação de moral e ética, diriam que a moral fala dos costumes (regras) em grupos sociais específicos. Segundo o autor, ética e moral são a mesma coisa, inclusive em sua etimologia; a falta de distinções mais profundas e úteis entre moral e ética, acarretam em debates estéreis sobre o assunto. Dada a argumentação de Murcho sou levado a concordar que aprofundar-se neste debate no presente momento não acrescentaria qualidades o suficiente ao estudo da ética, seja aplicada, normativa ou metaética.

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  3. Desidério Murcho, parece cético, pois afirma: "Em conclusão, nada ganhamos com esta prestensa distinção", acredito que sua conclusão seja precipitada, pois,distiguir pressupõe não misturar, possibilita definir conceitos, criar leis e incentivar a conhecer o desconhecido, dessa forma, observo como sendo um equívoco do autor ver a distinção como desimportante.

    Thomas Mautner, busca dar, não esgotar! as diversas facetas da concepção ética e tb. entender se há efetivamente uma distinção preponderante entre ética e moral.

    Para dissipar a névoa terminológica trago as ideias do livro lógica para princiantes de Pedro Aberlardo e lá, encontramos o problema dos universais, as coisas são coisas ou sua existência de dão pelo efeito das palavras as quais a denominamos, o que remonta o problema dos universais é a questão do nominalismo. Assim, se nos afastarmos do nominalismo podemos conceber a ética e moral como sendo similares, talvez seja o problema de transliteração da lingua de origem.

    Grato
    Fabio Marques

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  4. Retificando:

    onde disse:
    princiantes, leia se principiantes

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Murcho faz a divisão do estudo da Ética em três partes , porém o mesmo chega a conclusão que a Ética e Moral têm os mesmos fundamentos, não sendo relevante sua distinção.
    É verdade também que os seres humanos não nascem moral, e que o ser humano ao ser inserido na sociedade não é um átomo, mas sim faz parte da coletividade e de todo o processo de aprendizagem.
    Diante do exposto, a concordância com Murcho é relevante.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Tanto os textos quanto o vídeo trazem uma questão que vale a pena ser discutida: ética e moral são conceitos distintos?
    Pode a ética e a moral legitimarem o sofrimento? O sofrimento de uma animal em uma tourada pode ser chocante, mas aceitamos melhor o uso de animais como cobaias em experimentos científicos, por exemplo. Uma mulher sendo apedrejada também é chocante, mas aceitamos mais passivamente outros tipos mais velados de violência contra a mulher.
    Tendo em vista os textos e o vídeo, a discussão se desdobra em inúmeros outros aspectos que a enriquecem: há diferença entre ética e moral? Sua aplicação é diferente em humanos ou animais? Sua aceitação pode ser justificada pelo tempo histórico ou contexto social? O sofrimento pode ser eticamente aceito?
    etc...
    Se tomamos como pressuposto a distinção entre ética e moral podemos responder sim a todos esses quetionamentos; mas se entendermos que ambas não se diferem, inevitavelmente não poderíamos defender os mesmos argumentos.

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  9. Os textos apresentam definições de ética e moral, apresentando ainda alguns problemas embutidos nessas definições. Um dos principais problemas é a diferenciação entre ética e moral, referindo-se a última aos hábitos, comportamentos dos seres humanos, regras de comportamento adotadas pelas comunidades, prescrevendo o que é bom ou mau, correto ou incorreto, no caráter ou conduta humana. Enquanto que a ética estaria igualmente relacionada ao que é bom ou mau, correto ou incorreto, mas no campo de uma reflexão filosófica sobre a moral, buscando conferir racionalidade às idéias de bom ou mau, correto ou incorreto.

    Ocorre que essa distinção, permite pensar que uma atitude moral possa ser anti-ética, como nos é mostrado pelo vídeo contra as touradas. De um ponto de vista histórico, social ou cultural, participar de touradas – mesmo como espectador - pode ser considerado um comportamento moral, pois segundo costumes ancestrais, é um comportamento aceitável e até desejável. Enquanto que uma reflexão ética sobre o assunto dificilmente encontraria uma razão para aceitar um espetáculo público de maltrato de animais.

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  10. Tauromaquia, a “arte” do horror.
    Considero pertinente a reflexão sobre a temática do vídeo, ou seja, a violência praticada contra touros (e cavalos), à luz dos conceitos da ética e da moral. O que diz a ética sobre o sofrimento do touro e o costume que o justifica?
    Pensando na origem da palavra ética, encontramos duas origens possíveis, uma, do grego, “ethos”, quer dizer o modo de ser ou caráter. A outra, na sua tradução para o latim, que é “mos”, quer dizer costume, a qual deu origem a palavra moral. Porém, ambas, “ethos” ou “mos”, referem-se a certa modalidade de conduta(ou comportamento) que é própria da natureza humana, diferentemente do touro, um ser natural.
    Sendo assim, como o homem não é um ser natural, a ética e a moral, situadas na esfera do que é humano, foram construídas a partir das relações sociais existentes entre os indivíduos nas sociedades onde vivem (ou viveram) e nasceram. Porém, essa orientação de raciocínio pode levar-nos ao equívoco de considerar que os valores morais são relativos a uma sociedade.
    Aceitando que esta situação nos coloca frente a um problema moral, o sofrimento do touro e a conduta dos agressores, como pensá-los nos vários sentidos da palavra ética apresentados por Thomas Mautner? Quais contribuições a ética descritiva traria? Ou talvez, melhor seria adotar a abordagem da metaética na perspectiva ontológica da moral, pois esta concepção, além de não impor condutas morais, iria questionar os princípios morais, a partir de fatos e “isento” de subjetividade. Assim, se não aceitamos a hipótese de que o contexto social justifica o comportamento moral dos adeptos das touradas, não estamos concordando com a existência de duas normas morais, a dos que concordam e daqueles que desqualificam esta prática.

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  11. O texto de D.Murcho, defende que distinguir ética e moral é algo inútil, confuso e que não se ganha algo com isso; e que ética e moral, podem ser utilizadas como palavras sinônimas ou não.
    Já o texto de T.Mautner, defende que ética significa hábito/costume e a palavra moral refere-se ao que é bom/correto ou não, no caráter/conduta humana. Explica também que as palavras têm origem comum e que por isso as vezes são utilizadas como sinônimos.
    Creio que conhecer ambas as visões se faz necessário e teoricamente a de T.Mautner é mais atrativa; mas quando trazemos isso para o concreto, como no vídeo (Acção Animal) me parece que o texto de D.Murcho faz mais sentido.

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  12. Murcho conduz em seu texto que a diferença entre ética e moral não será obtida somente pelo uso destas palavras, mas pela descrição profunda do fato comentado do que uma simples uso de substantivos. Que não há uma regra geral, mas sim uma diferenciação que obtemos ao nos aprofundarmos no estudo do fato.
    Mautner em seu texto busca uma solução mais racional, no problema da distinção entre moral e ética, baseando-se em regras e conceitos pré-definidos de uma forma técnica e quase linear.

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  13. Para Desidério Murcho, a distinção entre ética e moral é subjetiva e inútil, tal afirmação refere-se aos comportamentos humanos que são multifacetados por crenças, costumes e comportamentos. Thomas Mautner conceitua ética e moral dentro de alguns aspectos, dentre eles refletindo sobre o bem, o mal ou o que é correto ou não. O vídeo apresenta uma reflexão sobre Touradas e a prática envolvendo tradições, costumes, herança cultural... e sofrimento. Essa reflexão faz parte da Filosofia.

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  14. Entendo que a discussão sobre conceitos éticos x morais pode ser tratada de modo diferenciado quando vista pela perspectiva semântica, pois seria uma forma de se destacar de modo compreensível atitudes culturais da reflexão sobre a racionalidade desses comportamentos.

    Entretanto, a luz da Filosofia, a distinção se torna inútil ao considerarmos a busca por uma forma de compreensão universal da ética/moral. Nesse campo, a análise das ações humanas a partir de significados à parte para fatores culturais e racionais não faz sentido.

    jzgodoy@gmail.com

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  15. Pelo que entendi existe uma discussão entre os teóricos sobre diferenciar ou não a Ética da Moral. Os dois textos discutem os termos como sendo ou não sinônimos.

    Para Murcho é tolice fazer a distinção, visto que, "as reflexões feitas pelas pessoas em relação as condutas e ações moral ou imoralmente aceitas, não estão magicamente separadas das reflexões filosóficas em relação as mesmas condutas". Já no texto de Mautner vemos que ele defende a necessidade de distinguir Ética de Moral, sendo a primeira dada como uma reflexão filosófica sobre a segunda. Enquanto a segunda deve ser vista apenas como um conjunto de costumes e hábitos humanos. Para Mautner essa distinção deve ainda ser feita de acordo com cada tipo de Ética Filosófica apresentada por ele.

    Jucilene

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  16. A definição dos termos "ética" e "moral" é questão controversa, quando não artificial, para se compreender e dirigir as decisões atitudes humanas.

    Isto porque, tal como atenta Murcho, “o comportamento dos seres humanos é multifacetado; nós fazemos várias coisas e temos vários costumes e nem todas as coisas que fazemos pertencem ao domínio da ética, porque nem todas têm significado ético”.

    O vídeo indicado para esta reflexão pode ser tomado como um exemplo: como julgar e se portar diante do esfolamento de animais vivos para a recreação humana?

    Se em princípio este fato pode facilmente ser identificado como antiético, por estar apoiado em costumes culturais, injustificado no atual tempo, como então julgar e se portar diante desta mesma prática (da vivissecação de animais) pelos laboratórios de pesquisa científica química e medicinal?

    Abaixo, duas indicações para essa reflexão:

    https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/PF/article/viewFile/1407/1571

    http://www.youtube.com/watch?v=TeCYxKhcIHg&feature=related

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  17. Thomas Mautner expõe vários sentidos relacionados a palavra "ética" e a palavra "moral".
    Desidério Murcho defende que a distinção entre ética e moral é pretensiosa, confusa e desnecessária, pois não ganhamos nada com isso.
    O vídeo denuncia a tradição das touradas.

    Independente dos costumes, a racionalidade humana me parece ser capaz de apontar o sofrimento desnecessário, como no caso das touradas, algo imoral ( o próprio vídeo deixa claro: "o sofrimento não pode fazer parte das nossas tradições") e antiético, ou ainda todos os outros sinônimos que possam existir para julgar esta atitude como tal.
    Como propõe Desidério Murcho,podemos utilizar expressões muito mais esclarecedoras.

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  18. O fato de não ser possível definir o que é moral e o que é amoral nas ações humanas, sem reflexão e conceitos éticos prévios, não nos obriga a por um sinal de igual entre ética e moral, como afirma Desidério Murcho. Apesar dos dois conceitos serem dependentes entre si, é possível que sejam distintos. Alias, o próprio autor faz uso distinto deles no texto.

    Thomas Mautner embora não pareça focar a questão da identidade entre ética e moral, deixa claro pelo elenco de tipos de éticas e morais, que está confortável com as distinções entre eles: ética normativa, ética social ou religiosa, moralidade positiva, ética descritiva, metaética ou ética analítica. Também aponta definições simples: "Mais plausível é a sugestão de que as questões morais são unicamente as que afetam outras pessoas".

    Vejo que a ética e a moral são coisas distintas porque são tratadas de forma distinta: a ética analisa e reflete sobre a pertinência de uma norma de conduta . A moral é essa conduta problematizada, tratada e homologada pela ética.

    Sobre o debate ético das touradas, desconfio que o que incomoda, em grande parte, não seja a crueldade abominada eticamente por quem não é dos rodeios e arenas, mas sim a nossa aflição diante das cenas violentas e sanguinárias. Exemplo disso é que comemos carne de boi.

    Nilson Zoccaratto

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  19. "Não vamos privar aqueles que apreciam, só porque alguns discordam" versus "o sofrimento não pode fazer parte de nossas tradições" (retiradas do vídeo): noto nessas frases a "pretensa distinçao" entre moral (as regras de comportamento adoptadas pelas comunidades) e ética (a análise desses comportamentos e crenças para determinar se eles são ou não aceitáveis filosoficamente), mais especificamente uma etnoética, de acordo com seus diferentes sentidos.

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  20. Ética: A finalidade dos códigos morais é reger a conduta dos membros de uma comunidade, de acordo com princípios de conveniência geral, para garantir a integridade do grupo e o bem-estar dos indivíduos que o constituem. Assim, o conceito de pessoa moral se aplica apenas ao sujeito enquanto parte de uma coletividade.
    Os filósofos tentaram determinar a boa conduta segundo dois princípios fundamentais: considerando alguns tipos de conduta bons em si, ou em virtude de se adaptarem a um modelo moral concreto. O primeiro implica um valor final, ou summum bonum, desejável por si próprio, e não apenas como um meio de chegar a um fim. Na história da ética, há três modelos principais de conduta: a felicidade ou prazer; o dever, virtude ou obrigação; e a perfeição, que é o completo desenvolvimento das potencialidades humanas. Dependendo do que estabelece a sociedade, a autoridade invocada para uma boa conduta pode ser a vontade de uma divindade, o modelo da natureza ou o domínio da razão. O hedonismo é a filosofia que ensina que o maior de todos os bens é o prazer. Já na filosofia em que a mais alta realização é o poder ilimitado ou absoluto, podem não ser aceitas as regras éticas geradas pelos costumes e serem propostas outras normas ou, ainda, as ações serem regidas por critérios outros, mais adequados a obtenção do domínio visado, buscando-se convencer os demais quanto à sua moralidade.
    HISTÓRIA: A história da ética se entrelaça com a história da filosofia. No século VI a.C., Pitágoras desenvolveu algumas das primeiras reflexões morais a partir do orfismo, afirmando que a natureza intelectual é superior à natureza sensual e que a melhor vida é aquela dedicada à disciplina mental. Os sofistas se mostraram céticos no que se refere a sistemas morais absolutos, embora, para Sócrates, a virtude surja do conhecimento e a educação possa conseguir que as pessoas sejam e ajam de acordo com a moral. Seus ensinamentos modelaram a maior parte das escolas de filosofia moral gregas da posteridade, entre as quais se destacariam os cínicos, os cirenaicos, os megáricos e os platônicos. Para Platão, o mal não existe por si só, é apenas um reflexo imperfeito do real, que é o bem, elemento essencial da realidade. Afirmava que, na alma humana, o intelecto tem que ser soberano, figurando a vontade em segundo lugar e as emoções em terceiro, sujeitas ao intelecto e à vontade. Aristóteles considerava a felicidade a finalidade da vida e a resultante do único atributo humano, a razão. As virtudes intelectuais e morais seriam apenas meios destinados a sua consecução. Na filosofia do estoicismo, a natureza é ordenada e racional e só pode ser boa uma vida que esteja em harmonia com ela. Embora a vida seja influenciada por circunstâncias materiais, o indivíduo tem que se tornar independente desses condicionamentos através da prática de algumas virtudes fundamentais, como a prudência, o valor, a temperança e a justiça. O epicurismo, por sua vez, identificava como sumo bem o prazer, principalmente o prazer intelectual, e, tal como os estóicos, preconizava uma vida dedicada à contemplação.
    O problema didáctico, que provoca dificuldades a muitos estudantes, é que geralmente os autores que fazem a distinção entre moral e ética não conseguem, estranhamente, explicar bem qual é a diferença — além de dizer coisas vagas como "a ética é mais filosófica". (Desidério Murcho)

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