terça-feira, 25 de maio de 2010

7. FUNDAMENTOS DA DISCUSSÃO ÉTICA

ACESSE O SITE:

http://criticanarede.com/etica.html

E EXAMINE OS SEGUINTES TEXTOS:

1. "Haverá Provas em Ética", de James Rachels;

2. "ÉTICA E SUBJETIVISMO", de Harry Gensler.

16 comentários:

  1. Caros alunos,
    Após ler os textos, elabore um breve comentário e envie para postagem.

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  2. James Rachels faz um paralelo entre ética e cientificidade. Decorre sobre questões simples que levam a um mesmo juízo de valor, por exemplo: não mentir, agir com responsabilidade, e apresenta que dentre esses tópicos é fácil concordar que tais ações não realizadas podem levar a resultados negativos que prejudicam os indivíduos. Ele chega a questões mais complicadas e limites como a questão do aborto. Aí ele apresenta que provar de forma ética o ato pode ser muito difícil, pois existe a possibilidade de argumentação em quaisquer frentes. Então há questões que existem um senso comum que todos podem concordar e outras muito mais distantes de uma concordância. Apresenta então um paralelo científico mostrando que há matérias complicadas sobre as quais os físicos não conseguem chegar a um acordo e nem por isso tais dificuldade desbanca a cientificidade. Mostra que quando uma prova em ética não é aceita, isso não quer dizer que ela esteja incorreta, mas que o outro pode simplesmente não querer aceitá-la devido a razões que não quer se submeter.
    No segundo texto, Harry Gensler mostra que valores são considerados bem ou mal conforme as preferências individuais, ou a subjetividade. Ou seja, nada é um bem ou mal em si mesmo, independente do sentimento das pessoas ou ao relativismo cultural.
    Conclui que existem sistemas de valores mais racionais que outros e esses sistemas podem ser atendidos levando em conta a informação e a imparcialidade. Informação pode resolver a questão de pessoas agirem por questões que ignoram e a imparciabilidade é o meio que faz com que todas as pessoas tenham o mesmo tratamento, ou que não haja privilégio de umas dentre outras. É quando consideramos todas as pessoas do mesmo modo. Essa visão seria percebida por um observador ideal, no entanto, o autor não fecha a questão, pondo em xeque o que seria a imparciabilidade? E a idealização de pessoas totalmente informadas.

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  3. "É absurdo afirmar, perante tudo isto, que os juízos éticos não podem ser mais que "meras opiniões".James Rachels através dessa afirmação deixa evidente que em relação a questão ética, discúti-la é como estar num campo minado de contextos e argumentações individualistas que dificilmente aceitarão uma outra opinião contrária as suas "a ética pode exigir a realização de coisas que não queremos fazer, sendo, pois, muito previsível que tentemos evitar ouvir as suas exigências".Dessa maneita é melhor valer-se de sua autonomia e de sua moral, capacidade principal que não deve ser reprimida. Além disso, James Rachels mostra que a ética, com suas preocupações a respeito dos fundamentos da vida moral, pode seguir as mais diversas direções, dependendo da concepção que cada um toma como ponto de partida para uma discussão.

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  4. Harry Gensler em seu artigo sobre ética e subjetivismo considera que quando se diz que algo é bom ou mau,o que será levado a contexto é a consciência individual que cada um tem de sua própria experiência pessoal.Isso significa que estamos diante de uma ambiguidade fundamental justamente porque nessa perspectiva fica difícl posicionar a imparcialidade e o idealismo das pessoas em questionando se sobre o que seria melhor no condicionamento dos nossos atos.Percebemos, então, que a subjetividade na ética é um fator onde tudo o que deve ser e onde tudo muda.

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  5. No primeiro texto James Rachels aborda a questão da possibilidade de existir provas em ética. Muitos apontam como grande ineficiência dos estudos éticos o fato de não apresentarem provas conclusivas a respeito de muitos assuntos. Entretanto, Rachels coloca que muitos juízos morais se podem provar, mas que tais provas são diferentes das provas científicas, pois não há observações e experiências, mas sim razões, argumentos e princípios.
    Contudo, é sabido que provar apenas não basta, é preciso haver aceitação tácita de tal prova.
    Assim,Rachels finaliza dizendo que muitas questões complexas não podem ser respondidas conclusivamente pela ética, mas também a ciência não responde a totalidade das questões.
    A ampla discussão e a tentativa em responder as mais variadas questões já constitui por si só um trabalho considerável, tanto por parte da ciência, quanto por parte da ética.
    No segundo texto, já lido e comentado anteriormente, se coloca que os princípios éticos não são subjetivos e que determinados valores éticos são universais, independente do contexto cultural, social ou histórico.
    Fazendo uma analogia entre os dois textos posso concluir que existem certamente valores éticos universais, até mesmo quando alguma sociedade rejeita este princípio ético por questões culturais, por exemplo. Pelo fato de não serem provados, ou por não serem aceitos por todas as sociedades, estes valores éticos não perdem sua validade nem teor universal.

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  6. Ao que me parece provar que não há subjetivismo em ética ou no seu estudo, torna-o muito mais válido de ser estudado (ou justifica-se melhor o estudo da ética), pois o que é RACIONAL tem muito mais crédito perante as sociedades do que o que é EMOCIONAL para constituir um escopo de conhecimento.
    Ambos os textos caminham na mesma direção, explicando como formas sinônimas o subjetivismo, o relativismo cultural e as emoções, quando envolvidas em julgamentos éticos, e seguinte a isso, argumentam que, como em ciência, é possível se fazer operações lógicas racionais para se chegar a conclusões éticas de modo objetivo, provando-se assim que não há a impossibilidade de provas ou demonstrações em ética.
    Creio que Wittgstein talvez teria alguma dificuldade com tais argumentos, como visto no texto do autor no poste anterior.

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  7. O fato de provas em ética não apresentar os padrões das experiências científicas, não significa que não existam provas.
    A análise das provas se faz através de argumentos morais.
    Assim como os cientistas nem sempre conseguem chegar a um acordo a respeito de determinados experimentos, também nas discussões sobre ética acontece o mesmo.
    Por melhor que seja um argumento como prova, alguém pode se recusar a aceitá-lo. Isto não significa que ele esta errado. Aceitar as exigências da razão é prática nem sempre aceita pelas pessoas.

    O subjetivismo explica que nas questões morais, seguimos o que sentimos. Se “X” é bom é porque gostamos de “X”. Porém, nem sempre isto é sensato e racional.
    A teoria do observador ideal tenta compensar esta dificuldade defendendo que “X” é bom se estivermos totalmente informados sobre ele e sermos totalmente imparciais.
    Acredito que se tratando de individualidades, fica difícil prosseguir em um debate ético.

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  8. Os textos parecem discutir a subjetividade e a objetividade nas discussões sobre ética. Aparentemente os questionamentos que ficam são: Será possível discutir e concluir questões éticas sem que essas discussões e conclusões não sejam levadas pela visão subjetiva de mundo dos que a tratam? Como provar que o que é dito é possível de ser moralmente aceito, sem que essa visão não seja apenas relativa aos conceitos morais de um determinado grupo ou sociedade?
    Como a própria Karen disse em seus comentários, talvez a resposta esteja nos valores éticos universais, ou seja, aqueles que através de argumentos, princípios e principalmente da razão, podem ser vistos como juízos morais aceitos.
    Mas será que há verdadeiramente valores éticos universais?

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  9. Colegas, creio que um argumento, quando bem definido e cercado de resposta a tudo aquilo que ele se propõe atingir, pode não ser definitivo, como, aliás, temos visto que está acontecendo com alguns conceitos científicos das ciências naturais e exatas, porém tem sua validade até que outro argumento venha e atenda alguma outra questão a qual este não conseguiu atender, mostrando sua superioridade...e creio que isso é um ciclo.
    Então, até mesmo para concluirmos que ‘ X ’ é bom, mesmo quando a princípio esta seja uma conclusão subjetiva, é preciso cercá-lo de uma série de argumentos que convença um número interessante de pessoas (que pode ser 50%+1?), que de fato ‘ X ‘ é bom. Novamente é possível ver que a ampla discussão possibilita tentativas de responder as mais variadas questões com boas chances de êxito, visto que por si só o trabalho em argumentar constitui um crescimento tanto à ciência, quanto à ética.

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  10. O paralelo que James Rachels faz entre a ética e a ciência, deixa claro que não há necessidade de ambas cumprirem as mesmas regras, é um equívoco achar que as duas precisam estabelecer padrões para tornarem-se aceitas, no entanto, para a ética é bem mais difícil provar algo, pois “em ética é de se esperar que as pessoas por vezes recusem dar ouvidos à razão”, engloba outros valores, tratados individualmente. “O fato de o raciocínio ético ser diferente do raciocínio científico não o torna deficiente”. Existe um subjetivismo ético, em que as pessoas podem divergir opiniões, porém ele é construído com a mesma base, que são os juízos morais, que são ditados pelo coletivo, e que podem ser tratados individualmente.
    No segundo texto, Gensler nos faz refletir sobre as diversas teorias que permeiam a ética. Assim, mesmo que tenha maior afinidade com uma teoria do que com outra, uma vez que para o subjetivismo a “moral é profundamente emocional e pessoal”, enquanto que, o idealismo defende a combinação entre os sentimentos e racionalidade, dentro desta perspectiva, posso concluir que o mais adequado seja avaliar as peculiaridades dessas teorias, pois ambas apresentam aspectos relevantes, e por não se poder negar o caráter emocional e pessoal da construção da moral e nem tão pouco o caráter puramente racional do ser humano, devo considerar aqueles aspectos que conseguem satisfazer as minhas expectativas, dentro dessa construção do conceito de ética.

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  11. O texto inicial de Rachels refuta a noção de que a ética é menos segura do que a ciência porque lhe falta atributos que tornam a ciência tão importante para a nossa sociedade hoje. Um desses atributos que o senso comum acredita que faltam à ética é a capacidade de fornecer provas. Como exemplo ele lembra de situações muito polêmicas, como o aborto, para o qual não há prova definitiva de que seja moralmente bom ou mal. No entanto, para inúmeras outras situações, há consenso entre os especialistas em ética. Por exemplo, há consenso de que enganar os outros, em geral, é mau. Também na ciência há questões consensuais e outras mais polêmicas.
    Essa idéia de que não há prova em ética pode ser uma das explicações para o sucesso de uma das teorias apresentadas no segundo texto, o subjetivismo, segundo o qual o padrão de ética é o que é agradável para alguém. Assim, se a pessoa reflete sobre algo, e as consequências boas e más que esse algo pode lhe trazer, e após isso percebe que essa coisa lhe é agradável, então considera que a coisa é boa.
    A perspectiva subjetivista, no entanto, tem muitos problemas, pois coloca no sujeito que gosta a capacidade de atribuir a qualidade de bom ou mau para as coisas. Ela leva a problemas muito serios quando se imagina que alguém pode gostar de coisas que ferem os outros, como, por exemplo, o racismo.
    Um aprimoramento desta perspectiva apresentado também no segundo texto é o idealismo. que considera que é bom aquilo que de as pessoas necessariamente gostariam se estivessem bem informadas e fossem imparciais com as outras pessoas. No entanto, a teoria não consegue esclarecer quanto de informação seria suficiente para que alguém fosse "bem informado" e também há dúvidas em relação à imparcialidade.

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  12. James Rachels, no texto “Provas em Ética”, apresenta três problemas para a discussão do subjetivismo ético. Primeiro, o problema ontológico. Existe o subjetivismo ético? Não, se as provas forem fundamentadas na perspectiva da objetividade da ciência. E, como exemplo para localizar os juízos morais diante de determinada situação problema, ele usa o sentido de justiça em três casos e sobre eles constrói uma série de argumentos baseados em “boas razões”. Deste, surge o problema epistemológico: como reconhecer os juízos éticos? Segundo ele, mantemo-nos no mesmo método, o do raciocínio ético, pois o pensamento racional irá prover de razões válidas os argumentos morais; diferentemente da ciência que usa o método da observação e experimentação. Em terceiro lugar, o problema do julgamento moral. Razões válidas devem dar sustentação aos julgamentos de valor, mas se tal argumento ou “prova”, estiver errado, este ficará sujeito a perguntas do tipo “por quê”, que não sendo respondidas favoravelmente, serão rejeitadas. Ainda, lembrar que julgamentos morais são diferentes de “meras opiniões”, ou seja, questões de gosto não carecem de razões e os julgamentos morais não se apoiando em razões, não se sustentam.

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  13. James confronta os que afirmam que a ética não tem provas baseando-se apenas na análise de questões fracas. Ele coloca que um indivíduo pode, agindo em seu interesse, manipular as provas tornando as falhas, mas que perante uma análise racional e imparcial é possível elaborar questões que nos leve a juízos morais válidos perante a apresentação de provas .
    Podemos assim afirmar que provas morais existem perante uma elaboração correta.

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  14. Ética e subjetivismo -Harry Gensler
    O autor, através de duas narrativas imaginárias, expõe o subjetivismo como um sistema moral baseado nos sentimentos, que por vezes se torna frágil frente a dificuldade de ser analisado imparcialmente e que embora nos pareça fácil acreditar em um sistema ético subjetivo este sistema por diversas vezes é exposto como frágil e de difícil limitação moral, este confronto entre o subjetivismo e o racionalismo só demonstra a dependência da ética da reflexão racional.

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  15. "O fato de o raciocínio ético ser diferente do raciocínio científico não o torna deficiente", argumenta James RACHELS. O critério de validade e de não validade lógica de toda expressão de raciocínio estabelecido pela ciência moderna segue apoiado no paradigma da objetividade, assim conjugados: é válido todo raciocínio que forneça provas objetivas, concretas, lógicas, reais, no mundo empírico, de todas as sentenças nele implicadas. O raciocínio ético se afigura aqui como um caso típico de raciocínios não válidos, pela sua deficiência em fornecer provas objetivas. Mas segundo o autor citado, “a ideia geral de que os juízos morais não se podem provar é apelativa” de um padrão de observação e fornecimento de provas (comumente adotado nas experiências científicas) conflitante com o “critério de validade” presente no raciocínio ético: o de ser capaz de “apoiar os nossos juízos em boas razões”, e de “nos oferecer explicações do porquê de essas razões terem importância.” RACHELS manifesta seu apoio à "validade do raciocínio ético" quando então indaga: “se podemos fazer tudo isto, e ainda mostrar que nada de semelhante pode ser feito pelo lado contrário [pelo raciocínio científico], que mais ‘provas’ poderia alguém desejar?”. Pelo que conclui: “é absurdo afirmar, perante tudo isto, que os juízos éticos não podem ser mais que ‘meras opiniões’”; o raciocínio ético “consiste em fornecer razões, analisar argumentos, estabelecer e justificar princípios”. E nada disso é distinto do raciocínio científico. O raciocínio ético, para que seja válido, sugere o autor, deve ser capaz de bem equacionar a “mistura” entre o correto fornecimento de provas e o poder de convencimento público de que as provas fornecidas são suficientemente válidas ou não válidas pela capacidade que ela tem de “exigir a realização de coisas que não queremos fazer".

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