terça-feira, 25 de maio de 2010

6. ÉTICA E RELIGIÃO

EXAMINE O MATERIAL DISPONÍVEL EM

1. “Conferência sobre a Ética”; Ludwig Wittgenstein.
http://www.cfh.ufsc.br/~darlei/Wittconf.htm

2. “A Ética no Pensamento de Wittgenstein”; Rodolf Haller.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141991000100005&script=sci_arttext

3. Examine o material disponível em:
http://video.google.com/videoplay?docid=2608378371506756422#

19 comentários:

  1. Caros alunos,

    Após ler e refletir sobre os textos, elabore um breve comentário e envie para postagem.

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  2. Conferência sobre Ética

    Ludwig Wittgenstein adota a definição do termo Ética em dois sentidos, o estrito, de Moore, no qual, “A Ética é a investigação geral sobre o que é bom”, e, outro, mais amplo, o de Estética.
    Para ele o sentido de “bom” é “aquilo que é valioso, o que realmente importa, é o significado da vida, ou a correta maneira de viver”. E, para nos levar a pensar sobre o que seria juízo de valor ético, ele emprega várias expressões, quase que sinônimas, com o propósito de que, nelas, possamos abstrair aquilo que a linguagem “esconde” e, assim, desvendá-lo a luz de outros conceitos, o de juízo de valor relativo e de juízo de valor absoluto, que são distintos. O primeiro, por apenas enunciar os fatos comporta-se como isento de juízo de valor, como a contestação do exemplo de jogar bastante mal tênis: “ Sei que estou jogando mal, mas não quero fazê-lo melhor” e tal argumento é facilmente aceito pelos outros. Diferente deste é o exemplo de má conduta que expressa valor absoluto, pois sua contestação implica em juízo de valor pelo outro. Por exemplo, alguém que “comporta-se como animal”, e sendo questionado, contesta da seguinte forma: “Sei que minha conduta é má, mas não quero comportar-me melhor”. Como tal conduta poderá trazer consequências para o outro, não será aceita.
    E, neste contexto, o que as “palavras” parecem significar, é que esse sentimento de bom e de mal que esta experiência nos proporciona nos remete ao sentido “daquilo que é valioso”. Então, a Ética é o bem comum.

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  3. Em suma para Ludwig Wittgenstein, a ética não pode ser falada, o problema que encontro em sua conferência tem como parãmetro a seguinte dimensão, todo pensador parte de um problema em busca de uma resposta, mas no caso de L. W. é possível inferir que ele sabe que a questão é indissolúvel, então não há problema! pois problema presume solução, talvez seja o que traz o encanto de seu trabalho, outrossim, ao ler o texto de Rudolf Haller, o autor tentar adentrar no pensamento de L. W na tentativa de aclarar a ética segundo o seu pensamento, ao menos conforta ao tentar justificar a questão da ética quando cita o seguinte trecho " A ética nunca poderá ser uma ciência no sentido rigoroso, pois, os canone de regras, que observamos nas nossas ações, ou opera com valores relativos e não é, por conseguinte, universal, ou baseia-se em valores absolutos,que só podem adquirir vigência subjetiva, já que não pode objetivar para eles nenhuma suposição de existência", o que parece ser um dilema, que em resumo, a ética é algo inatingível.Então penso que se por uma lado sabemos o que não é ética segundo a concepção de L. W. a ética segundo seu entendimento pode ser tudo que for o oposto!

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  4. Wittgenstein coloca a questão: o que se passa com a linguagem ao tratar de temas éticos? Ele conclui que não dá para falar sobre ética, todas nossas tentativas são "ruídos".
    Os conceitos de bem/bondade, tão concernentes à discussão ética, são diferentes dos outros conceitos da nossa linguagem que possuem um significado objetivo.
    Quando você afirma algo, logo pensa em sua negação, pois é possível uma relativização, um referencial, os conceitos relacionam-se entre si atribuindo significados. O conceito de bem, no entanto, não é relativo, não possui referencial obejtivamente definido, não se liga a nenhum outro conceito.
    A correspondência entre linguagem e mundo é a base da ciência, que, desta forma, não pode tratar do conceito ético do bem, já que este tem um signficado por si próprio, é um critério por excelência.

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  5. Wittgenstein descreve a subjetividade da linguagem, como os sentidos podem flutuar, mostrando uma inezatidão de conceitos ou comunicação. Wittgenstein enfatiza que fatos serão sempre fatos, independente de questões acerca desses fatos. Sentidos sobre fatos são outros fatos. A linguagem não dá conta de valores absolutos, a ética é transcedental, não pode ser verbalizada. A ausência de sentido (ética como algo sobrenatural/ sem verbalização) constitui sua verdadeira essência.

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  6. Para Ludwig Wittgenstein a melhor definição do termo Ética está atrelada a uma relação social, ou seja, seu verdadeiro valor se faz presente em ações que envolvam toda uma coletividade, daí ser importante um conjunto de regras que determinam o comportamento dos indivíduos na sociedade.Em razão disso temos uma moral constituída que orienta nosso comportamento entre o que é ou não é aceitável.

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  7. Para Ludwig Wittgenstein a ética transcende a linguagem, é algo que pode ser vivido e demonstrado, ela esta acima da moral.
    Sendo a ética algo que existe, mas esta acima da capacidade humana de analise, não pode ser descrita com sentenças.
    Mesmo sendo real, segundo sua visão, não é algo que pertença aos domínios da filosofia.

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  8. Para Wittgeinstein, ética é algo sobre o qual não se deve falar/discutir pois não seria suficiente para abranger toda a complexidade do tema.
    É algo que transcendo o indivíduo e sua visão reduzida de analisar o mundo, é preciso abranger um coletivo. A avaliação de prazer e dor deve superar a interferência ocorrida para o indivíduo e analisar como o todo é influenciado pelas transformações ocorridas.

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  9. Ludwig Wittgenstein mostra que a palavra pode ter vários significados e que fazendo mau uso dessas expressões podemos gerar desentendimentos.
    Falar sobre ética transcende os limites da linguagem.
    É a ação do sujeito que justifica o juízo de "bom" e "mau".
    Embora Ludwig Wittgenstein respeitasse a tendência do espírito humano em falar sobre ética, deixa claro que este discurso não tem sentido, sendo assim, deve ser silenciado.

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  10. Wittgenstein refuta a possibilidade de uma discussão ÚTIL em Ética pela incapacidade da linguagem expressar-se sobre coisas que estariam além do mundo natural, de modo que qualquer que seja o exemplo lógico utilizado pela linguagem, seria apenas um símile do mundo real pois o argumento seria refutado ad initio, já que toda a palavra usada é relativa a algo, de modo em que não há palavra que construiria argumento que poderia ser universalizado.
    O argumento de Wittgenstein me obrigaria a escolher entre calar-me quando o assunto é ética, ou a construir um sistema utilitarista de ética, que permite que se meça o valor ético de cada ação, caso-a-caso.

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  11. De acordo com a leitura do texto e principalmente de acordo com as discussões em aula, podemos dizer que para o autor essa discussão ética é uma forma de discutir o vazio, ou seja não há sentido falar o óbvio. A discussão ética não leva a nenhuma conclusão lógica. Assim sendo, a ética só pode ser demonstrada em ações, não falamos de ética, agimos eticamente e já está posto.
    O autor é bastante radical, mas me parece que quando nos propomos a discutir questões cotidianas em sala de aula, tentando julgá-las sob a visão ética, patinamos em torno de opiniões e exemplos pessoais, ou seja, não chegamos a lugar algum. Será que sendo assim, ele não parece ter razão?!

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. Esse superficial “contato” com o pensamento de Wittigenstein apresentou uma perspectiva que me parece muito intrigante. Encaro esse ponto de vista como se tratássemos de algo que podemos reconhecer e praticar, mas, sobre o qual, qualquer tentativa de tratamento por meio da linguagem não levaria a nada.

    Acredito que além de uma perspectiva sobrenatural/transcendental, essa condição estaria justificada na hipótese daquilo que percebemos como ética/moral vincular-se a uma condição inata ao ser humano, da qual, até hoje, não se tem constatação empírica.

    Seria alguma espécie de fator genético? Algum instinto?

    Abaixo um link para uma sequencia de “O resgate do soldado Ryan” (em inglês). Trata-se do momento em que o grupo de resgate finalmente encontra o dito cujo. Lembrei-me desse trecho porque é quando os discursos morais perdem sentido e a conduta ética ... Bem não falamos de ética, só observamos.

    Também inclui referência a uma matéria do “Estadão”. O tema é familiar.

    www.youtube.com/watch?v=bQNFvHTGy3s
    www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,best-seller-o-filosofo-e-o-lobo-vai-virar-filme,576794,0.htm

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  14. Lendo todos os comentários e assistindo a aula, me parece que a grande questão é compreender como um filósofo decide por “não falar’, sobre um assunto; ainda mais sendo essa a principal atividade do filósofo (ou seria senso comum?). Li também que uma colega levantou que “sempre que discutimos sobre ética e moral, caímos em exemplos pessoais”...seria então, agir eticamente “uma ação inerente” ao ser humano, nos disse outro colega... Gosto de pensar que falar sobre as coisas, por mais limitada que seja nossa compreensão sobre o significado das palavras, nos possibilita grandes chances de agregar novos valores ao nosso modo de enxergar a vida; então, se ética é ação, falar sobre ela, acredito que pode contribuir para um agir, universalmente, mais ético.
    Li a reportagem indicada pelo Godoy. Tirei um trecho, referente a comparação que o filósofo Mark Rowlands faz sobre sermos mais parecidos com os macacos que com lobos, instigante à minha percepção: “O que você pode fazer por mim? Esta é a pergunta que o símio dentro de nós faz o tempo todo”, ele afirma. Em cima dela, proponho a reflexão: esse ‘pensar’, caso o tomemos por verdade, nos permite uma ação (vivida e demonstrada) realmente ética?

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  15. Como a maioria dos colegas já disse, para Wittgenstein não há muito o que se falar em Ética, mas não porque seja algo que não leve a lugar algum ou porque não tenha importância,e sim porque está além dos fatos, está além do campo da ciência ou da lógica, está no campo da metafísica e não há como fazer sentido dos juízos absolutos. No entanto, essa impossibilidade não diminui em nada a importância da ética e da busca por uma "vida feliz". É intrigante, pois não nos permite uma resposta definitiva, mas também é muito intrigante e nos deixa sempre com a interrogação: Será mesmo que não podemos ir além?

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  16. WITTGENSTEIN mostra que não é possível chegar a uma conclusão lógica quando se fala em Ética, e ele mostra que sua discussão foge ao campo da linguagem no mundo natural. Na leitura do texto isso é mostrado com a série de exemplos ilustrativos que são colocados. Chego a conclusão que viver eticamente é possível quando de certa forma proporciona prazer, mas isso não tem de certo modo, prova empírica.

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  17. Fazendo um recorte, este trecho, extraído do texto conferência sobre ética, de Ludwig Wittgenstein, muito contribuiu para minha compreensão sobre a ética: “Nenhum enunciado pode ser nem implicar um juízo de valor absoluto”. Se o ser humano fosse capaz de atingir um juízo de valor absoluto, o absoluto deveria ser tratado pela linguagem de outra forma, pois o termo absoluto parece não ter limites e nem fronteiras. Se o que é absoluto é irrestrito, incondicional, integral, etc., então o homem não é capaz de atingir o que é absoluto, pois, por mais que ele consiga se aproximar daquilo que deveria ser o valor absoluto, o que deveria ser absoluto vai perdendo o seu valor absoluto, por existir outros valores que passam a ser absolutos ao se atingir o que deveria ser esse valor. Pensando assim, o sentido absoluto, faz com que a ética seja transcendental, como afirma o autor. Do mesmo modo, esses valores absolutos, inatingíveis para os homens, estabelecem o conjunto de regras, que constroem a tão mirada ética. E que “bom”, que exista essa tal ética, tão difícil de ser descrita e entendida, mas que é capaz colocar rédeas nos seres humanos.

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  18. "É um paradoxo que uma experiência, um fato, pareça ter valor sobrenatural."

    O paradoxo nasce de um mau uso da linguagem, e para Wittgenstein “todas as expressões éticas e religiosas” estão apoiadas em paradoxos e, portanto, injustificadas na linguagem formal. Paradoxos são tautologias, ou sentenças que produzem o efeito de similaridade de valor entre juízos relativos e absolutos. Segundo o autor, “a essência desta diferença” é o que demarca a possibilidade e o limite da linguagem: o de ser “um mero enunciado de fatos”, expressos de uma forma tal “que perca toda a aparência de juízo de valor”, responsável por tornar toda expressão verbal utilizada na descrição e atribuição de valores absolutos destituídas de sentido lógico. A principal característica da linguagem símile é produzir a auto-referência de valores, doando sentido absoluto às próprias sentenças da linguagem, ao tratar de questões que recorrentemente excedem os limites da própria linguagem. O emprego recorrente do símile, tal como ocorre no discurso religioso e ético, tende a desviar a atenção para o fato de que ele (o símile) é sempre símile de algo. E que “se posso descrever um fato mediante um símile, devo também ser capaz de abandoná-lo e descrever os fatos sem sua ajuda. (...) Assim, aquilo que, num primeiro momento, pareceu ser um símile, manifesta-se agora como um mero sem sentido.” Pelo que conclui o filósofo não haver sentido em conceber-se uma Ciência da Ética; vista enquanto um objeto, a ética está mais propriamente incluída no campo de investigação da Estética, daquilo que é carregado de valor absoluto, e que motiva a “absolutamente desesperançada” corrida do homem contra as paredes de sua própria jaula, que é os próprios limites de sua linguagem. Mas muito embora a ética não possa ser tematizada pela linguagem formal, ela pode ser tomada como o testemunho de outras expressões que não devem ser desprezadas e deixarem de ser tematizadas.

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  19. Witguenstein quando fala na conferência sobre a Ética, quer explicar que o objeto da ética, por se tratar de valores absolutos, tal como os objetos da religião, são coisas que se pretende estar atrás e além dos fatos normais e ordinários; e que assim como os milagres da religião, estão além do mundo real e como tal, carecem não só de linguagem adequada para tratá-los, mas muito mais do que isso, carregam uma carência de sentido que é a sua própria essência. A ética quer ir além do mundo e da linguagem significativa. Como disse Witguenstein, " escrever ou falar sobre ética e religião é correr contra os limites da linguagem. É uma corrida contra as paredes de nossa jaula ". O escopo da ciência, sendo tratar o que passa a ser conhecido e explicado, estaria sempre tangenciando e empurrando o âmbito da religião e da ética que se reinventaria no desconhecido e não tratado pela ciência. Para Witguenstein, o que a ética diz nada acrescenta ao conhecimento, mas é um testemunho de uma tendência do espírito humano. Poderia ter dito, também, que falar do desconhecido é apenas um esforço de imaginação.

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