terça-feira, 25 de maio de 2010

13. SOBRE AS CATEGORIAS: IGUALDADE E DIFERENÇA

0 QUE É PREFERÍVEL DE UM PONTO DE VISTA ÉTICO: PRATICAR AÇÕES QUE CONSIDEREM A IGUALDADE OU PRATICAR AÇÕES QUE CONSIDEREM A DIFERENÇA DENTRE OS CONCERNIDOS NA AÇÃO?

OUÇA A ENTREVISTA: "O Preconceito contra pessoas com necessidades especiais", (sexta, 07/05/2010).DISPONÍVEL EM:

http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/cony,-xexeo-viviane-mose/CONY-XEXEO-VIVIANE-MOSE.htm

19 comentários:

  1. Caros Alunos,
    Após examinar o material disponível no site indicado, faça um breve comentário para ser postado no blog.

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  2. Ambas as possibilidades me parecem atentar contra normas éticas, pois guiar nossas ações levando em consideração as DIFERENÇAS isso é o mesmo que afirmar publicamente que alguém que é "mais" oferece certas "exceções" àqueles que, de certo modo, são ou tem menos, ou ainda, guiar nossas ações pelas IGUALDADES isso me parece uma grande mentira, pois se realmente houvessem igualdades elas nem seriam percebidas pois já que todos são iguais não haveria parâmetros para comparações.
    Uma sugestão de saída para esse problema seria a reflexão sobre a real aceitação de que as pessoas são diferentes e delimitar com grande clareza quais são essas diferenças e a partir daí constituir normas ou leis que resguardem de meneira clara e objetiva tais diferenças.
    Luiz Fernando.

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  3. A igualdade não existe, o que realmente estimula as ações humanas são as diferenças, por exemplo, diferença de idade, de sexo, de credo, de inclinção intelectual e por que não as diferenças físicas. Entendo que pensar que é possível agir levando em cosideração supostas igualdades é uma grande falácia, pois se todos fossemos iguais como ficariam os progressos alcançados com as "diferenças"?

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  4. Concordo plenamente com a Sônia, devido a multiplicidade de diferenças. Tais diferenças concernem limitações, as quais devem ser aceitas. Contudo, indicar ao próximo diferenças, pode ser relevante no que diz respeito a um possível ato preconceituoso.

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  5. A diferença é uma desigualdade de medida que faz com que as medidas se complementem, isto seria positivo, porém, dependendo o contexto que a diferença é contextualizada leva-nos a perceber que a partir de um certo padrão de valores estabelecido em sociedade os valores éticos e morais são estremecidos, no entanto, ao mesmo tempo é perceptível que a diferença é algo universal, e que compete a própria sociedade estabelecer regras que a compense, que evite e que repreenda as consequências das diferenças.

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  6. Diante do problema da desigualdade, hoje criamos cotas entre outras medidas legislativas para alcançar a igualdade, gerando assim o pior nível de desigualdade de todos os tempos, pois fica nítido o diferente nessas diferenciações.

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  7. Então estamos falando de “discriminação positiva”, ou “ação afirmativa”, como diria Peter Singer, onde cotas, por exemplo, podem ser criadas a fim de diminuir desigualdades. Este tema é polêmico porque as pessoas não se opõem à inteligência como critério de seleção em um vestibular, por exemplo, do mesmo modo que se opõe à raça ou condição social, o que nos faz crer que os estudantes admitidos por inteligência têm um direito maior do que os admitidos por discriminação positiva? Maior inteligência não é pretensão justificável para maiores benefícios, até porque as condições de inteligência diferem, desde o nascimento, se aprofundando pela condição social, física e econômica ao qual se está submetido. Portanto, a discriminação positiva só pode ser contestada se os objetivos que busca promover não forem bons. Se o objetivo é garantir maior igualdade, não vejo impedimento ético para isso.
    É claro que para esta questão ainda cabe contestação, se todos tem o direito a igualdade, negros, pobres, deficientes, ao estabelecer cotas, entretanto, se coloca a questão da inferioridade, pois então, conseguiram só por causa das cotas e não por méritos? Distinguir as pessoas nestes termos: raça, condição social ou física elimina as diferenças? De qualquer forma, podemos afirmar que o preferível é alcançar a maior igualdade possível no tocante às oportunidades, mas sem criar privilégios. Penso que esse ponto de equilíbrio é dificil de ser alcançado, pois pode tender a um paternalismo que aprofunda outras diferenças.

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  8. Primeiramente, eu tive dificuldades para encontrar o material no site da CBN, mas agora achei neste link: http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/cony,-xexeo-viviane-mose/2010/05/07/O-PRECONCEITO-CONTRA-PESSOAS-COM-NECESSIDADES-ESPECIAIS.htm.

    Sobre a questão, é muito difícil dizer que uma ou outra é a melhor opção. Por um lado, a igualdade formal (ainda que seja apenas formal é precária) é uma conquista da humanidade que garante que aos olhos da lei, ninguém terá tratamento privilegiado. Ainda hoje lutamos para expandir essa igualdade, garantindo, por exemplo, o direito dos homossexuais se casarem e adotarem filhos.
    Por outro lado, levar em conta as diferenças é importante, pelos argumentos colocados pela Sônia, e porque, em muitos casos, quando a igualdade é pressuposta, estamos prejudicando aqueles que não se enquadram no conceito sociológico de maioria. Nesse contexto, violência de uma homem contra uma mulher não é a mesma coisa e não deve ser tratada como se fosse a mesma coisa que violência de um homem contra outro homem. Também uma pessoa portadora de necessidades especiais, para que possa efetivamente receber o mesmo tratamento que uma pessoa sem necessidades especiais, precisa de algumas condições a mais, do contrário, será uma pessoa que precisa enfrentar desafios muito maiores para chegar ao mesmo nível de uma pessoa sem necessidades especiais.

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  9. Acredito que deva haver um equilíbrio. Vejo as ações pela igualdade como premissa fundamental para a convivência pacífica dos indivíduos que nascem e se desenvolvem em determinada faixa de condições naturais e sociais.

    As ações pela diferença devem ser pontuais e implicam a criação de oportunidades específicas em duas situações: (1) para aqueles que ficaram involuntariamente privados das condições naturais e sociais comuns aos demais cidadãos e (2) para os que se destacam com competências inatas ou fruto de esforço e dedicação.

    A complexidade dessa fórmula está na exacerbação que pode ocorrer na definição das ações pela diferença, pois incongruências ou falhas criam distorções que podem provocar conflitos morais. Qual política positiva é mais aceitável: a que beneficia os desafortunados ou a que premia os mais capazes? Acredito que estamos fadados a conviver com as duas.

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  10. Do ponto de vista ético, acredito que praticar ações que considerem a igualdade é o que se busca, ou seja, acreditando que todos são iguais busca-se soluções que na prática podem não funcionar, justamente porque existem diferenças. Pensando na escola, concordo com a entrevista quando diz que esta valoriza a igualdade e não a diferença, produzindo preconceito. Penso que é justamente na escola que a ética da igualdade "cai por terra", pois lá o trabalho só terá resultado se as pessoas forem tratadas como realmente são, com suas diferenças e limitações.

    Luana.

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  11. Identificar o dilema existente entre ações que consideram a igualdade e as ações que consideram a diferença, de fato, é muito reducente, pois, se considerarmos apenas uma delas de forma isolada, pecando uma por defeito e outra por excesso, isto é, se a primeira pressupõe a existência de uma escala universal de valores, a segunda defende o respeito absoluto das diferentes culturas. Em ambas as opções são sacrificadas aspectos importantes da condição humana (ex: diferenciação cultural, direitos humanos, etc.)
    A resposta para esta questão complexa passa necessariamente por encontrar uma solução de equilíbrio entre estas duas concepções. Mas onde podemos encontrar esse ponto de equilíbrio? Penso ser, na fraternidade humana, regida por um ponto de vista ético.

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  12. A princípio me parece que ações que consideram as diferenças são mais justas, porém percebo que mesmo considerando a igualdade ou a diferença não ficamos livres do preconceito.
    Seria possível, por exemplo, em um grupo heterogêneo com profissionais das ciências sociais e ciências naturais, que todos considerassem as suas diferenças, dando a ambas a mesma importância sem nenhum preconceito?

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  13. Uma pergunta inicial: o ato de estabelecer categorias de igualdade e diferença entre seres humanos (física, étnica, racial, gênero, espécie, e outras oportunas), e a partir delas gerir políticas de diferentes inclusões de direito, para estabelecer a equidade dos direitos concernidos, pode ser justificado eticamente? Se sim, por quais atores, por quais medidas e interesse? O debate de temas envolventes da transgenia, da submatéria, da clonagem, do urânio, da inclusão e da sustentabilidade social, estão entre aqueles que mais despertam a divergência pública. Na obra “Ética Prática” Peter Singer submete, o “quase dilema” filosófico acima, a outros limites: não seria um procedimento ético promover essa mesma equidade de direitos entre diferentes espécies (humana e animal)? A "liberdade" com que o homem circunda o globo, explora e transforma os seus recursos, e assim cria as suas próprias condições sobrevivência, tem implicações para diferentes vidas, espécies e gerações; pensando nesse nível, todos estão incluídos (iguais e diferentes).

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  14. Esta é mais uma questão que deve ser contemplada pela ética, porém, a princípio a nossa ética não consegue dar conta dela. Pois, por muitas vezes na tentativa de diminuir as desigualdades, por meio de políticas públicas, por exemplo, acaba-se por provocar outras desigualdades, como é o caso de se garantir vagas de empregos, ou em universidades para determinados grupos étnicos, como já referido por outros colegas. Acredito que devemos procurar agir de forma a garantir a maior igualdade possível, sendo a sua máxima utópica.

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  15. A pergunta do professor me parece sem resposta se considerarmos que pessoas diferentes (seja por condição social, raça, física e religiosa), são iguais perante a lei e a ética. Logo as ações precisam ser tomadas em prol desta conquista, e neste sentido não nos cabe uma avaliação se são justas ou não, pois são necessárias para o alcance do objetivo inicial: igualdade de direitos e moralidade. A postagem da Karen, rica em argumento e bastante atual, me parece ser o maior exemplo de que o fim justifica o meio: hoje há paternalismos, amanhã quem sabe viveremos numa sociedade igual e justa?
    Professor, para esta questão tenho bastante dificuldade em desenvolver um pensamento mais filosófico e menos social, no entanto, podemos considerar que viver em uma sociedade mais justa é ter mais prazer para todo mundo?

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  16. Concordo com a Sônia quando diz ser as diferenças o que impulsiona as relações humanas, não acredito que acha igualdades, todos somos de alguma forma únicos, por tanto diferentes em muitos e muitos aspectos. Acho que a grande questão é o quanto essas diferenças incomodam a ordem social estabelecida, quais os padrões utilizados para determinar o que é diferente para pior ou para melhor, quem ou qual é o grupo que determina que diferença pode ou não ser exposta, qual diferença é ou não aceita dentro do grupo? Precisamos criar regras ou atitudes que gerem uma convivência harmoniosa diante de qualquer diferença existente. Nunca sei se devo tratar um deficiente físico com diferença ou incorporá-lo ao meu dia-a-dia como algo absolutamente normal, diante das nossas mais variadas diferenças. Muitas vezes fico com medo de discriminá-lo ao ajudá-lo a realizar alguma atividade que de certa forma ele próprio já deve ter criado mecanismo de solução para seus limites. Atender a um pedido de ajuda não estabelece as diferenças, pois afinal posso eu mesma, sem problemas físicos aparentes precisar de uma ajuda para subir ao ônibus, no entanto tratar as pessoas com alguma deficiência com um paternalismo exagerado me parece ainda mais discriminatório, do que esperar que ela se manifeste no pedido de auxílio. Apesar da existência de tantas diferenças me parece que ainda não aprendemos a viver com elas de forma saudável e ética.
    Jucilene

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  17. Os entrevistados de Heródoto, Viviane, Xexéu e Heitor Cony responderam a seguinte pergunta: “Será que são surpreendentes os dados, 96% das pessoas têm algum tipo de preconceito com relação às pessoas com necessidades especiais, como os divulgados pela ONG-Campanha Latino Americana pela Educação?” Viviane não se mostrou surpreendida e apontou a escola como detentora de um “modelo único” que valoriza a igualdade. Ao impor este modelo a escola deixa de tratar das diferenças que existem neste espaço quanto à etnia, as crenças, o processo de aprender e de ler, etc. Para que a escola reconstrua a noção de diferença (valorize-a) deverá adotar o acompanhamento individual do aluno, o que implica em reduzir para 20, o número de alunos por sala. Para Xexéu as pessoas diferentes na sociedade atrapalham. Mas, no Brasil as campanhas, que são recentes, ajudaram a sociedade a ver essas pessoas. Cony preferiu dizer sobre o seu trauma de infância. Ele foi discriminado no curso primário por ter problemas de fala, pois trocava as letras, problema que tem até hoje, e foi seu pai quem o “ensinou” (instruiu). Conclui que a discriminação existe, mas hoje em dia tem especialistas para quem tem problemas como o dele.
    Concordo com as opiniões acima. As diferenças entre as pessoas existem, sejam elas físicas ou intelectuais. Fatores diversos podem colaborar para isso, por exemplo: genéticos, desvantagens históricas, culturais, baixa qualidade das escolas, instrução dos pais, classe social e econômica, desnutrição etc.
    De acordo com Peter Singer, não justificam a desigualdade, o mérito e a inteligência, pois princípios éticos a respeito da capacidade do indivíduo não devem se sustentar em argumentos factuais; interesses e preferências individuais devem ser considerados “um por um”, fora do contexto do coletivo.

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  18. Como bem dito pela Sonia, são as diferenças que movem a sociedade e levam à melhor compreensão do mundo. A forma como cada um observa o mundo dá sinais de como deve ser realmente este mundo. Mas apesar disso, fomos ensinados a discriminar os diferentes - por quais razões que sejam, pelo seu peso, pela sua mobilidade, pela sua capacidade de fala, pela sua capacidade intelectual etc. Devemos combater essas formas de discrição para fazer valer os direitos que todos temos enquanto seres humanos.

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  19. Por que o preconceito é sustentado na nossa sociedade? Seja qual for o sistema defendido por filósofos em busca de uma sociedade mais ética, a ideia de ética defendida por pessoas como os radialistas da CBN é a meritocracia sustentada pela justificativa da igualdade de oportunidades. Na cabeça dessas pessoas (que não são apenas os radialistas, mas tenho certeza de que de grande parte das pessoas no mundo todo), consideram que as oportunidades são iguais para todos, e justificam em sua ética nada racional de que quem não conseguiu chegar onde eles mesmos chegaram é por que a pessoa é "preguiçosa".
    Todos nós sabemos os danosos resultados dessa ética que é praticada no dia a dia. Preconceito social, étnico são justificados para que pessoas parmaneçam em diferentes extratos sociais.

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