terça-feira, 25 de maio de 2010

12. LIMITES MORAIS PARA AS INTERVENÇÕES SOBRE O MUNDO

EXAMINE O MATERIAL QUE ESTÁ DISPONÍVEL NOS ENDEREÇOS QUE SEGUEM:

HIROSHIMA: http://www.youtube.com/watch?v=Xs3JE4WRL-8

NAGASAKI: http://www.youtube.com/watch?v=i4x7G_AOL8k

COBAIAS: http://www.youtube.com/watch?v=m_AHPF7hnTM

TEXTO: "O Caráter Ético do Conhecimento Científico" de Urbano Zilles, disponível em http://www.edgarmorin.org/Portals/0/limites%20solo%20de%20limites.pdf

22 comentários:

  1. Caros Alunos,
    Há limites morais para nossas intervenções sobre o mundo? Elabore uma breve resposta e envie para postagem no blog.

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  2. Acredito que a questão apresentada carece de uma enorme reflexão a fim de obter uma resposta significativa. Nossas intervenções, por um longo período foram prejudiciais para o mundo. Contudo, somente por meio de novas intervenções é que poderemos amenizar os dramas causados pelo que podemos aqui denominar de "antemoral" . Observa-se que nesse raciocínio, tanto no primeiro caso, como no segunto, há de fato nossa intervenção, quase envolta por um estado de equilíbrio. É claro que tal fundamentação só poderá ser dada se pressupormos que o limite exposto deve tratar dos preceitos e regras que dirigem os atos humanos segundo a justiça e a eqüidade natural.

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  3. Para responder essa questão é preciso, em meu entendimento, definir alguns pontos:
    1- A todo instante nós seres humanos intervimos no mundo.
    2- Essas intervenções constantes devem, de algum modo, buscar a manutenção de um "bem estar" geral (homem e natureza).
    Nesse contexto, parece-me que se há um limite para essas intervenções ele será justamente o próprio homem, isto é, enquanto houver humanos haverá intervenções e enquanto houver necessidade de convívio com o todo haverá uma certa sensura ou condenação de atos que não busquem esse fim.
    Luiz Fernando.

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  4. A intervenção humana é necessária e pode ser reelaborada com o axílio da História.
    Todos nós seres humanos somos dotados da possibilidade de alterarmos os rumos da história, porém é necessário pensarmos de que maneira isso é, pode ou deve ser feito, aqui concordo com a postagem do Luiz e do Wagner que levantam a questão que o limite para essa intervenção é a busca do equilíbrio natural e sensura aqueles que se distanciam dessa nossa necessidade natural.

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  5. Se consideramos que o valor é uma modalidade do nada e que cada um elege o seu, podemos concluir que a intervenção do homem no mundo o faz ser segundo seus objetivos, a história será construída dentro do seu tempo e com isso a ética a moral será a que ele construir, logo, os limites de sua moral será proporcional ao valores que ele criar, segundo seus próprios limites.

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  6. O homem só tem como viver em sociedade, atuando e intervindo sobre o mundo. Para qualquer intervenção do homem, cabe sim uma implicação ética, por isso que o debate ético se torna tão importante e imprescindível atualmente. Em nosso tempo, as intervenções humanas alcançam proporções nunca antes vistas, e as consequencias que advém dessas intervenções merecem sem dúvida um "tratamento" ético.

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  7. Sim, há limites morais para nossas intervenções sobre o mundo. Exemplo prático é que atualmente, questiona-se por exemplo a relação do homem com o meio-ambiente. Esse questionamento moral vem refletindo-se no modo de organização social do trabalho, da produção de bens, etc.
    A limitação moral no exemplo dado é exatamente o conjunto de questionamentos sobre os limites morais da intervenção humana no mundo natural.

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  8. Assistindo aos vídeos sobre as bombas atômicas extamente 65 anos após os bombardeios, que ocorreram em agosto de 1945, não posso deixar de dizer que sim, as intervenções do homem no mundo tem implicações éticas e morais inerentes. Mesmo a ciência, que se propõe "neutra", deve sempre se confrontar com questionamentos éticos. Se, através da ciência, se pode desenvolver uma tecnologia capaz de tirar tantas vidas humanas, de forma tão cruel, acredito até ser descabido alguém ainda ousar afirmar que a ciência é um conhecimento neutro, ou dizer que se você apenas apertou um gatilho não matou a pessoa, quem matou foi a arma, como exemplificou o professor em uma de suas aulas.

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  9. Considero que a questão mais tangível sobre a moralidade na atividade científica diz respeito ao entendimento de que ela possa se justificar como algo acima do bem e do mal, como se os agentes que atuam nessa área lidassem com a verdade absoluta.

    Não vejo uma perspectiva clara para a reflexão ética sobre o uso dos conhecimentos oriundos da ciência. Como qualquer atividade humana a científica está sujeita a intenções, interesses e objetivos que nem sempre caminham na mesma direção, sendo muitas vezes antagônicos. Sem a moralidade universal, os discursos sobre o que é bem ou mal e sobre o que é aceitável ou não ocorrem em limites que não podem ser reconhecidos. Minha convicção é a de que esses limites jamais serão alcançados. Minha dúvida é saber se realmente eles devem ser demarcados ou se basta apenas considerar que existem.

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Tanto existem limites morais que muitos "avanços científicos" foram barrados, por exemplo, após as bombas em Hiroshima e Nagasaki, ou seja, as armas nucleares em alguns locais foram proibidas ou teve seu uso limitado em prol do bem da humanidade.

    Luana.

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  12. Creio que sim. Não se pode negar a necessidade de limites morais para nossas ações sobre o mundo. Nessa perspectiva as atrocidades das bombas atômicas revelam atitudes totalmente desprovidas de qualquer limitação ética e moral. O desejo e a vontade de se ganhar uma guerra, tornaram-se atos irresponsáveis que comprometeram parte da humanidade. É necessário impor algumas restrições, dado que estamos em uma sociedade civil com suas respectivas normas regulamentadoras, portanto, limites morais devem existir com o objetivo de evitar causas de aparente absurdo como as que aconteceram em Hiroshima e Nagasaki.

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  13. Sim, há limites morais para nossas intervenções sobre o mundo, principalmente porque o resultado das nossas ações interferem na vida de outras pessoas.
    No caso de cientistas esta questão é ainda mais delicada.
    Infelizmente já pudemos verificar o que a falta desse limites pôde fazer, por exemplo, quando nos lembramos das experiências nazistas.

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  14. “Há limites morais para nossas intervenções sobre o mundo?”. Muitas respostas afirmativas foram dadas a esta pergunta; a de Theodor Adorno é provocativa: considerando que a intervenção humana foi capaz de produzir eventos como Auschwitz, como Hiroshima e Nagasaki (...), neles evidenciando quão tênue é o limite entre a civilização e a barbárie, há necessidade de que atos desta proporção sejam considerados como “regressivos”, e os mesmos devem ser confrontados pela educação das gerações seguintes, para que não regressem novamente, ou por uma última vez. Adorno parece fazer um apelo ético: “Qualquer debate acerca de metas educacionais carece de significado e importância frente a essa meta: que Auschwitz não se repita. Ela foi a barbárie contra a qual se dirige toda a educação.” Mas ocorre que, lembra este mesmo autor, a ameaça à “barbárie continuará existindo enquanto persistirem no que têm de fundamental as condições que geram esta regressão.” (ADORNO, Educação após Auschwitz).

    Em meio à cobertura da mídia na última semana, das celebrações dos 65 do renascimento de Hiroshima, dou aqui um destaque à de Pablo Pires Fernandes. Após recordar que essas celebrações se dão simultaneamente a conturbados debates internacionais sobre a não proliferação de armas nucleares, dá a seguinte informação: “Os EUA, a França e Grã-Bretanha, detentores de arsenais nucleares, pela primeira vez, vão enviar representantes para as cerimônias em memória da tragédia e das vítimas, como maneira de demonstrar apoio aos esforços para reduzir esse tipo de armamento.”

    (http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/08/06/noticia_internacional,i=172658/FANTASMA+NUCLEAR+AINDA+ASSOMBRA+O+MUNDO.shtml, acesso 14/08/2010)

    Haverá limites para essa forma desdenhoza de agir, ou tal como a descreve Adorno, de “agir em contradição com seus próprios interesses imediatos”?

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  15. Acredito que os limites morais para as intervenções do homem sobre o mundo, se dão a partir do momento em que o homem é capaz de pensar e agir não apenas defendendo os seus próprios interesses, mas quando ele é capaz de defender interesses de uma coletividade e quando ele age com base em juízos que podem se tornar universal. Esses Limites morais devem e podem ser utilizados, para pelo menos, tentar controlar as ações humanas.

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  16. Sim, deve haver limites morais para nossa intervenção sobre o mundo. Acredito que a moralidade seja justamente isso: perceber o ponto que a curiosidade é maldade e a descoberta é dor. Pode parecer que essa moralidade seja um meio natural de cercear as ações humanas, e vimos que ética/moral é libertação e não condicionantes; no entanto, vivemos em sociedade e não tem comprovação racional de que deixar de ser social e conviver seja possível. Os vídeos apresentados tem o objetivo de chocar e realmente chocam: pessoas como nós fizeram aquilo tudo. Me sinto totalmente representa na frase do colega Godoy: ‘Minha convicção é a de que esses limites [morais]jamais serão alcançados. Minha dúvida é saber se realmente eles devem ser demarcados ou se basta apenas considerar que existem.’ [e que serão almejados considerando que o ser humanos busca prazer e não dor, bem e não mal].

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  17. Mesmo em sua mínima e mais primitiva existência, o homem faz e fez intervenções no mundo em que está inserido, seja intervenções concretas ou físicas no espaço ou na vida em suas mais variadas dimensões, seja intervenções sociais e até psicológicas, assim sendo essas intervenções devem ser avaliadas a todo momento, devem ser pensadas e repensadas em seus resultados, sempre tendo como limite o bem maior e do maior grupo possível. Infelizmente ou felizmente alguns poucos seres deverão ser utilizados como forma de novas descobertas e caminhos que possam gerar benefícios a um grupo maior de pessoas, animais, coisas. As intervenções devem e continuarão existindo, mas junto delas devemos estar cientes de suas conseqüências e procurar prever de forma mais precisa possível seus efeitos presentes e futuros, e através de uma racionalidade não apenas material, estabelecer os limites dessas intervenções de forma responsável. Logicamente esse processo é e sempre será muito difícil, pois estará ligado aos interesses socioeconômicos e políticoculturais das diversas sociedades mundo a fora. Daí a necessidade de o estabelecimento de uma ética mais global, que esteja acima dos interesses individuais.
    Jucilene

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  18. Embora sejamos induzidos a crer na existência de limites para a intervenção do homem sobre o mundo, não é o que encontramos. As bombas atômicas foram detonadas devido à crença de que uma invasão ao Japão teria grande custo de vidas e equipamentos, seriam muito menores os custo das bombas, então tratou-se de uma decisão racional, em que se calculou o menor mal.
    Quanto aos estudos efetuados com cobaias, trata-se de politicagem aqueles que protestam aos testes que nos permitem remédios e outros produtos seguros , aqui há a necessidade de um julgamento imparcial quanto a necessidade de cada estudo.Nesta questão temos a obrigação de uma reflexão profunda sobre cada caso e não acreditar em limites rígidos, que na realidade enfraquecem a nosso julgamento moral.

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  19. Quanto às experimentações com outros seres vivos temos que ponderar se os benefícios encontrados com estes estudos são maiores que os malefícios que teriam ao não estudar o que só podemos estudar com a ajuda desses animais.
    Sempre que preciso trabalhar com animais de experimentação lembro de uma frase que ouvi no primeiro ano de faculdade, no primeiro estágio que fiz: 'Você não precisa, nem deve, gostar do que está fazendo (no caso sacrificávamos um camundongo para obter sangue para um ensaio hemolítico), mas é preciso que você compreenda o bem que será alcançado e, que se esforce para que esta vida não tenha sido perdida em vão!'
    A ciência em si é amoral, quem é passível de moralidade são os cientistas e a forma como realizam seu trabalho. Não é possível imaginar um cientista que não pense nas consequências de seus atos e das implicações que os mesmos terão na sociedade.

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  20. Este comentário foi removido pelo autor.

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  21. Sim, limites são necessários. Vendo os exemplos mostrados nos vídeos, como compreendê-los na dimensão em que a realidade daqueles fatos se revela? Tais ações são conflitantes com aquilo que temos estudado sobre o que seja a ética.Por ex., o princípio utilitarista de Stuart Mill define o que seria moralmente correto nas nossas ações, que, segundo ele, é tudo aquilo que não cause dor, direta ou indiretamente, às outras pessoas. Deveremos considerar os interesses de todos os envolvidos e buscar fazer “uma conta” dos que se beneficiaram e dos que foram prejudicados por tais ações.
    Já na perspectiva de Kant, aquilo que dá valor moral às ações são as intenções que as movem, no entanto, não tenho acesso às intenções alheias. Mesmo que eu julgue tais ações “não corretas”, em tese, para Kant, não posso assegurar-me que, as intenções daqueles que a praticaram (vídeos), eram morais. As implicações disso é que só conhecemos a moralidade ou imoralidade das nossas intenções. Nos resta, talvez, recorrer aos diferentes graus de consciência moral para distinguir aqueles grupos de humanos desprovidos de personalidade moral.

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  22. Sim. No entanto, os limites morais não parecem tão imperativos quanto outros citados no texto Jorge Riechmann, dos quais não temos como fugir. Os limites morais estão relacionados aos limites impostos pela racionalidade humana, pois a ética implica uma certa racionalidade.
    No entanto, parece haver uma grande diferença quando dizemos que há coisas que não nos é dado conhecer devido às limitações do nosso aparato cognitivo (nesse caso, é como uma imposição externa, que temos que tentar ultrapassar com o desenvolvimentos de novos instrumentos, técnicas, teorias, etc.) e outras coisas que poderíamos conhecer e "fazer", mas que não deveríamos. Os limites morais são mais tênues, suas linhas não são claramente demarcadas (há mesmo grandes divergências sobre onde devem ser demarcadas a cada momento).

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